Reiki e  MTC/Acupuntura

         Especula-se com bases e antigos sutras Indianos, que o Reiki se originou há mais de 2.500 anos, estando assim, sala origem diretamente relacionada ao Budismo, o que é reforçado pelo fato de que os primeiros professores de Reiki serem desta cultura.

Vale destacar que nessa época o budismo não era visto como religião e sim como filosofia de vida, pregando o não fanatismo, o caminho do meio e a não violência.

         Para entendermos a ligação do Reiki tibetano com a Medicina Chinesa precisamos falar do budismo e como ele chega ao Japão.

A história do Budismo se confunde com a história da índia, que tem início, segundo registro arqueológico há cerca de 34000 anos. A civilização indiana é da idade do bronze e emergiu em época aproximadamente contemporânea às civilizações do Oriente Médio. Como regra, a história da Índia abrange todo o subcontinente indiano, correspondente às atuais República da Índia, Paquistão, Bangladexe, SeriLanca, Nepal e Butão.

Fora do sul da Ásia, a história, a cultura e a política da Índia frequentemente se sobrepõem aos países vizinhos. A cultura, economia e política indianas exerceram influência ao longo de milênios na história e na cultura de países no sudeste asiático, no leste e no centro da Ásia, como Indonésia, Camboja, Tailândia, China, Afeganistão, Mianmar, Laos, Tajiquistão, Irã e Turquemenistão.

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), tem sua história não exatamente atrelada exclusivamente a China que conhecemos hoje, e sim a Ásia, ao longo de milhares de anos, quando foram se consolidando as fronteiras dos atuais países e desenvolvendo uma civilização que reuniu mais da metade das descobertas e invenções tecnológicas do “mundo moderno”, os primeiros registros são atribuídos ao Imperador Amarelo (Huang Di), imperador na Dinastia Xia entre 2697 a 2597 A.C).

         O Budismo na China:

Existe um ditado chinês que resume perfeitamente a complexa religiosidade do povo chinês:

“Todo chinês é taoista em casa, confucionista na rua e budista na hora da morte”.

Em seus 5 mil anos de história, a China teve a alma moldada pelos livros dessas 3 doutrinas, surgidas há mais de 20 séculos. Enquanto a economia chinesa não para de crescer, Confúcio, Tao e Buda ainda explicam muito sobre os chineses e sua relação com o mundo. Essas doutrinas se misturam e constituem a “religião tradicional chinesa”, que inclui de filosofia e regras de etiqueta a magias, talismãs e reencarnação.

Há muita especulação sobre as origens do budismo na China, mas existe um certo consenso de que a tradição se iniciou durante o reinado do Imperador Ming da dinastia Han do leste (25-220 d.C.), que encantado com a filosofia do budismo mandou emissários a diversos países a oeste da China em busca de informações sobre o Budismo.

Esses emissários se encontraram com Kasyapamatanga e Dharmaranya, duas grandes expressões do budismo na Índia, à época, que foram convidando para uma visita à capital Luoyang (capital da dinastia Han Oriental). Os dois líderes espirituais trouxeram em lombo de cavalos brancos imagens e sutras budistas.

O Imperador Ming, grato pela atenção que lhe fora dedicada, ordenou a construção de uma residência para eles em Luoyang, transformando-se no primeiro templo budista da China; o monastério Baima (Cavalo Branco em chinês), no ano de 68 D.C.

O Budismo chinês desenvolveu-se de forma diferente do Budismo indiano e tibetano, em lugar de nirvana, pregou a calma, a tranquilidade do espírito; em lugar da abolição do desejo, o não agir Taoísta ou entre os Confucionistas, o respeito às regras e às formas tradicionais.

A China deu ao Budismo uma atitude menos especulativa, menos interessada pelos problemas metafísicos e mais resolutamente orientada para os problemas da vida cotidiana.

Assim, o Budismo, nascido na Índia por volta do século V a.C., se espalhou pela China nos séculos II e III d.C., e finalmente chegou ao Japão via Coréia no século VI.

Acredita-se que a Coreia foi o primeiro país na Ásia em que a acupuntura se expandiu fora da China. Lá existe uma lenda dizendo que a acupuntura foi inventada pelo imperador Dangun, embora seja mais provável que ela tenha sido introduzida na Coreia a partir de uma prefeitura colonial chinesa no ano 514.

A acupuntura era comum na Coreia por volta do século VI. Ela se expandiu para o Vietnã nos séculos VIII e IX, conforme o Vietnã começou a comerciar com o Japão e a China por volta do século IX, ela também começou a ser influenciada no campo da acupuntura.

China e Coreia enviaram “médicos missionários” que introduziram a medicina tradicional chinesa no Japão, começando por volta de 219. Em 553, muitos cidadãos coreanos e chineses foram indicados para reorganizar o ensino médico no Japão, e eles incorporaram a acupuntura como parte do sistema.

Posteriormente, o Japão enviou estudantes de volta à China e estabeleceu a acupuntura como uma das cinco divisões do Sistema de Administração Médica do Estado Chinês.

O Reiki era uma prática de monges budistas na Índia. Deixou de ser praticado no budismo tibetano e por consequência na China. Acreditasse que os monges deixaram de praticá-lo, uma vez que, o budismo nesses países desenvolveu-se mais à cura espiritual, deixando a cura física de lado. Assim, a prática deixou seu protagonismo nos monastérios tibetanos, Chineses e Japoneses.

Foi redescoberta no Japão por Mikao Usui, que acreditava ser possível manipular uma energia chamada “Qi” (versão japonesa do conceito chinês “chi” e da noção indiana do “prana”).

         Mikao Usui (1865-1926) – Nasceu no Japão em 15 de agosto de 1865. Existem algumas controvérsias em respeito aos fatos sobre sua vida e o que se sabe é que ele foi um intelectual com conhecimentos em história, medicina e práticas espirituais de outras culturas, entre elas, o cristianismo, budismo e xintoísmo. Quando descobriu que Gautama Buda (620-543 AC) havia realizado curas físicas usando a imposição das mãos, mergulhou nas pesquisas mais a fundo.

         De volta a Kyoto, Usui percorre muito dos 880 templos budistas da região, mas ao perguntar aos monges sobre cura física, sempre lhe respondiam que estavam muito ocupados com a cura da mente e que não podiam se preocupar com a cura física.

Ao estudar sutras do Tibet escritos em sânscrito, Usui se deparou com quatro símbolos de cura, mas sem explicações de como usá-la. Procurando compreender sua utilização se embrenha no budismo Tendai, uma denominação importante na história japonesa – sendo a escola mais abrangente e diversificada do budismo chinês, mas praticamente desconhecida no ocidente, ele também passa a se dedicar a prática do Kiko (uma versão do Chi Gong).

         O Conceito de Qi é o Reiki

A ideia de Qì é de ser uma força cósmica e vital que criou e permeia todo o universo Na cultura tradicional chinesa, o Qi (também grafado como ch’i na romanização Wade-Giles ou ki na romanização do japonês) é um elemento que se manifestaria como uma força cósmica e vital que criou e permeia  todo o universo.

Qi se traduz como “ar” e figurativamente como: “energia material”, “força vital” ou “fluxo de energia”. Qi é o princípio fundamental da medicina tradicional chinesa e das artes marciais chinesas. A prática de cultivar e equilibrar o Qi é chamada de QiGong.

         A maior parte dos ensinamentos de alquimia chinesa, tais como os presentes no Tai Chi Chuan, Qi Gong, PaKua e outros, reconhecem que o Qi é um tipo de energia metafísica que circunda, permeia e existe na natureza e em todos os seres. ou seja, o Qi é o “sopro de energia universal”, existente em tudo e em todos.

O Reiki tem como objetivo revitalizar a energia Qì do indivíduo, para este atingir um estado harmonioso e saudável. Esta terapia complementar é um sistema de cura natural que fortalece o organismo, promove o relaxamento profundo, a cura e o autoconhecimento.

Reiki assim, como a MTC podem ser classificadas como doutrinas metafísica em que as funções e processos vitais se devem a um princípio vital distinto das forças psicoquímicas e, que as leis da física e da química sozinhas não podem explicar os processos e funções vitais das práticas energéticas.

O Reiki assim como a MTC, agem em profundidade indo à raiz do problema físico ou emocional, buscando as emoções ou padrões que criaram o desequilíbrio.

Assim, como o Budismo está intimamente ligado ao Reiki também está ligado ao conceito de Qì e por essa razão aos princípios da Medicina Chinesa.

Reiki e MTC são práticas de um mesmo conceito e instrumentos da mesma cura.

Fernando Cilio

Acupunturista/Mestre Reiki Usui tibetano

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Bibliografia de Referência

  • Lubeck, Walter e Hosak, Marck, O Grande Livro de Símbolos do Reiki, São Paulo: Pensamento, 2010 – 1ª Edição;
  • Frankopan, Peter, O coração do mundo: Uma nova história universal a partir da Rota da Seda, o encontro do Oriente com o Ocidente, São Paulo: Planeta, 2019 – 1ª Edição;
  • Wood, Michael, História da China: o retrato de uma civilização e de seu provo, São Paulo: Planeta, 2022 – 1ª Edição

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