Medicina Tradicional Chinesa – MTC

A medicina tradicional chinesa (MTC – 中药), também conhecida como medicina chinesa é a denominação usualmente dada ao conjunto de práticas de medicina tradicional em uso na China, desenvolvidas no curso de sua história, história esta que não corresponde exatamente a China que conhecemos hoje, e sim a Ásia, ao longo de milhares de anos, quando foram se consolidando as fronteiras dos atuais países.
Dessa forma a MTC deve ser vista como uma “sistematização” das mais antigas formas de medicina oriental, abrangendo, para fins de estudo, as outras medicinas da Ásia, como os sistemas médicos tradicionais do Japão, Taiwan, da Coreia, do Tibete, da Mongólia e da Índia.
Atualmente a MTC, no Ocidente é utilizada principalmente como medicina alternativa, com caráter integrativo e complementar – não substitutivo – à medicina alopática.
Na China, Coreia e Japão em menor grau é usada de forma concorrente com o que se conceituou chamar de medicina ocidental.
A MTC foi desenvolvida empiricamente a partir da experiência clínica, e documentada em muitos textos, hoje clássicos, como o livro do imperador Amarelo.
Se fundamenta numa estrutura teórica sistemática e abrangente, de natureza filosófica, ela inclui entre seus princípios o estudo da relação do yin/yang, da teoria dos cinco elementos e do sistema de circulação da energia “Qi”, pelos meridianos do corpo humano.
A MCT tem, por princípio básico, a teoria da energia vital do corpo (Chi ou Qi) que circula pelo corpo através de canais, chamados de meridianos, que possuem ramificações que os conectam aos órgãos.
Os conceitos de “corpo” e “doença” utilizados pela Medicina Tradicional Chinesa se baseiam em noções da cultura da época, similar à teoria europeia dos humores (humorismo), em voga até o advento das pesquisas médicas modernas dos anos 1800.
Assim, não deve ser vista como misticismo e ou magia, mas como uma técnica que precede os conceitos atualmente utilizados de para designar técnicas científicas.
Infelizmente com o advento do Iluminismo, se iniciou uma verdadeira forma de barreira a quaisquer culturas que não se encaixasse aos modos operandi então surgidos.
Nos últimos dois séculos no ocidente se buscou sufocar quaisquer práticas que não correspondessem aos conceitos científicos que surgiam e que hoje ignoram suas próprias origens, nesse ponto semelhante a origem da MTC.
A virada nesse conceito começou a ser dada com a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), como técnicas transversais em suas ações no cuidado clínico e podem estar presentes em todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS e atendimentos privados. P
Prioritariamente na Atenção Primária com grande potencial de atuação.
Uma das abordagens desse campo são a visão ampliada do processo saúde/doença e da promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado. As indicações são embasadas no indivíduo como um todo, considerando-o em seus vários aspectos: físico, psíquico, emocional e social.
Entre as principais diretrizes da PNPIC está o aumento da resolutividade dos serviços de saúde, que ocorre a partir da integração – ao modelo convencional de cuidado – de racionalidades com olhar e atuação mais ampliados, agindo de forma integrada e/ou complementar no diagnóstico, na avaliação e no cuidado.
Por sua vez a Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, do Ministério da Saúde, aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) em consonância com a Estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Medicina Tradicional 2002-2005 que propõe aos membros formularem e implementarem políticas de integração da Medicina Tradicional com a Medicina Complementar e Alternativa.
Entre as 28 práticas elencadas na PNPIC, 05 tem a sua origem na MTC sendo elas:

  • Acupuntura (针刺);
  • Auriculoterapia (耳穴疗法);
  • Reflexologia;
  • Qi Gong
  • Fitoterapia

A MTC é uma abordagem terapêutica que tem como bases fundamentais avaliar o estado energético e orgânico do indivíduo, na inter-relação harmônica entre as partes, visando tratar quaisquer desequilíbrios em sua integralidade.
A MTC utiliza como procedimentos diagnósticos, na anamnese integrativa, palpação do pulso, inspeção da língua e da face, entre outros; e, como procedimentos terapêuticos, acupuntura, ventosaterapia, moxabustão, plantas medicinais, práticas corporais e mentais, dietoterapia chinesa, fitoterapia, entre outras.
O conceito básico é que causas externas (doenças, traumas e patógenos) e internas (emoções, causas genéticas, e ou mal funcionamento de órgãos), causam uma estagnação da energia vital, denominada Qi.

Na cultura tradicional chinesa, o Qi (também grafado como chí na romanização Wade-Giles ou ki na romanização do japonês) é um elemento que se manifestaria como uma força cósmica e vital que criou e permeia todo o universo.
Qi se traduz como “ar” e figurativamente como “energia material”, “força vital” ou “fluxo de energia”.
Qi é o princípio fundamental da medicina tradicional chinesa e das artes marciais chinesas. A prática de cultivar e equilibrar o Qi é chamada de qigong.
Concepções filosóficas do Qì são encontradas desde o início da história registrada do pensamento chinês. Referências ao Qì ou conceitos filosóficos semelhantes relativos a um tipo de energia metafísica que permeia e sustenta os seres vivos são encontradas em vários sistemas de crenças, presentes em culturas de todo o mundo, especialmente na Ásia.
Uma das mais importantes figuras da mitologia chinesa é Huang Di, ou o Imperador Amarelo. Ele é considerado um herói cultural que teria vivido há 5 000 anos atrás e que coletou e formalizou muito do que subsequentemente se tornou conhecido como medicina tradicional chinesa. A compreensão do conceito de Qi é um fundamento desta forma de medicina tradicional.

A teoria da Medicina Tradicional Chinesa afirma que o corpo tem padrões naturais de Qi que circulam por canais denominados meridianos.
Não é possível entender completamente o conceito de Qi da medicina tradicional chinesa sem compreender, também, o conceito de Yin e Yang, já que os teóricos da medicina tradicional chinesa, como Zhang Zai (1020-1077 EC) e Xun Kuang (313-238 AEC), consideravam o Qi como uma coisa material e imaterial ao mesmo tempo, com a capacidade de se manifestar de diferentes formas, dependendo apenas de sua tendência para Yin ou Yang.
As técnicas da MTC, permitem harmonizar a circulação da energia pelo corpo, promovendo o desbloqueio restaurando a saúde.

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Tema: Elation por Kaira.